segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Aborto dos intolerantes

         O povo brasileiro pode se orgulhar de viver em um dos poucos países do mundo onde as diversidades culturais, raciais e religiosas convivem em harmonia. Na mesma mesa sentam-se judeus e mulçumanos, negros e brancos e comunham a mesma paz. Nesse momento onde é muito falada a questão das diversidades, do respeito mutuo no mundo e da liberdade e que os povos pedem paz e compreensão ao fundamentalismo intolerante, nós vemos tudo isso ameaçado neste país de dimensões não só continentais em termos físicos, mas de dimensões acolhedoras e tolerantes frente às diferenças. A ameaça a custa do poder, essa que cega o homem, torna-o capaz de passar por cima de tudo e de todos, sem visualizar as conseqüências em que essa ganância pode gerar.
         Muito me preocupa a forma de condução desta corrida presidencial, ambos sedentos pelo poder e inconseqüentes com o futuro da diversidade cultural e religiosa. Passou a ser tema destaque desse pleito questões muito delicadas e controversas dentro da sociedade civil e moral, assim como das comunidades religiosas, parece-nos que a disputa será vencida por quem é a favor da criminalização do Aborto, mas não quem tiver uma proposta que vise educação de qualidade, melhoria no âmbito da saúde e segurança, no social, entre tantos outros temas que ainda precisamos avançar. Pois se não for assim é melhor colocar as urnas nas igrejas ou delegacias. Ora, alguns partidos estão divulgando a disseminação do ódio e da intolerância, dentro daquilo que o Brasileiro ainda confia que é a Igreja (entenda-se também como Religião), parece-me que há uma astucia que tantos estrategistas nunca tiveram coragem de explorar: a ignorância do povo fundamentada na religiosidade. E o que mais me assusta é que as hierarquias dessas instituições embarcaram nessa onda e reuniram suas cúpulas e se manifestaram de diversas formas como através de cartas, nos programas de televisão, panfletos, etc.
         O povo tem que entender que existem duas leis que moralizam nossa sociedade, uma é a lei civil essa sim tem e pode sofrer intervenções do Estado, é ela que investiga e pune civilmente o cidadão e que é mutável. A outra é a lei divina, essa sim é inquestionável e imutável, mas só é lei para quem nela crer, quem é religioso teme a elas. O tema aborto ainda é controverso entre os próprios fieis religiosos e daí sair para a sociedade culturalmente e religiosamente diferente pode ser muito perigoso. Desta forma pergunto: Quer dizer que o Estado agora vai ter poder divino como sugeria a “Escolástica”? A igreja ou as religiões acerca de um único tema vai decidir uma eleição que foi totalmente baseada em acusações, mentiras, intolerância, agressões? Se assim for pode as religiões estar incentivando a divergência e a incompreensão diante da diversidade, diferente do seu papel que é consolar, instruir e disseminar o amor e a paz.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vamos Malhar ?

Está chegando o final de ano e com ele o Verão, momento em que nossa vaidade se exarceba e cultuamos além do devido nosso corpo e nossa aparência. Diante disso, estou postando um texto de um grande amigo e companheiro de crenças, Nilo Emerenciano, que nos leva a uma refexão sobre nossas atitudes envaidecedoras.


VAMOS MALHAR?
Nilo Emerenciano

Essa onda em torno do culto ao corpo, principalmente sempre que se aproxima o verão, começou nos anos setenta com o teste Cooper, e se alastrou numa profusão de academias e novas formas de ginástica, tipo aeróbica, anaeróbica, tai- chi- chuan, artes marciais, pilates, etc. De um momento para outro as nossas calçadas se encheram de pessoas de todas as idades caminhando, correndo, fazendo abdominais ou alongamentos.
Devemos fazer o mesmo com a nossa moral. Não vamos nos tornar melhores e mais perfeitos sem que haja algum esforço pessoal. Nosso progresso não vai cair do céu. É necessário que exercitemos a cada dia, de forma metódica e disciplinada, a prática das virtudes. Temos que malhar! Que tal um programa para isso?
Poderíamos começar por trabalhar os músculos da nossa paciência. E ao fazê-lo, beneficiaremos também os da tolerância e da compreensão para com as fraquezas do nosso próximo. Três repetições de quinze movimentos, cada.
Depois, trabalharíamos de forma muito séria, as gorduras acumuladas do nosso egoísmo, através de exercícios de solidariedade, fraternidade e  altruísmo.
Para os músculos das pernas talvez fosse indicado uma boa campanha do quilo. Muitas caminhadas pelas ruas, visitando as casas uma a uma, aprendendo a humildade e o desprendimento.
Como em toda atividade que se preza, o candidato deve também fechar a boca. No nosso caso não para o que entra, mas para o que sai dela. Nada de maledicência, injúrias, conversas vazias ou ofensas.
Mas nada disso adianta se o atleta não se entregar plenamente ao exercício do auto-conhecimento. Para isso se recomenda  sessões de silêncio e reflexão. Além disso, uma análise acurada dos nossos atos (se fomos bons ou maus, generosos ou mesquinhos, nobre ou canalhas) vai ser de fundamental importância. Tudo isso frente ao espelho fiel da auto-crítica.
Não podemos fazer tudo sem o acompanhamento de gente que entende do assunto. Para isso, duas atividades são recomendadas: primeiro, a leitura de bons livros, talvez até a biografia dos grandes homens, tipo Gandhi, Francisco de Assis, Vicente de Paulo, Bezerra de Menezes, Chico Xavier. Afinal, todos foram bem sucedidos na área da moral. Segundo, a prática diária da prece, momento que o nosso instrutor maior vai nos inspirar e estimular a determinação.
Depois, nada de dormir sobre os louros dos resultados alcançados. Há que se ter consciência que essa prática deve ser constante, sob pena de sofrermos recaídas, voltando ao estado anterior. Para isso, sabemos todos, é recomendada a constante vigilância.
Agora estamos quase prontos para o verão de nossas vidas. Percebemos que somos outros. Lépidos, fagueiros, saudáveis. Encaramos a vida com outra disposição. Longe ficaram a tristeza, o pessimismo, as angústias.
Somos atletas de Jesus, “sarados” e empolgados com os resultados obtidos. Já pensamos em participar, quem sabe, da Grande Olimpíada, a do amor, em que o importante não é vencer nem competir, e sim, participar.  

domingo, 12 de setembro de 2010

O Jumento do Pastor

O mundo esteve prestes a presenciar talvez uma das manobras mais radicais que já houve no mundo religioso, um exemplo típico de intolerância e desrespeito a outras culturas e religiões. Um Pastor americano de uma pequena cidade americana chamada Gainesville e que possui apenas 50 fieis esteve à beira de queimar 200 exemplares do Alcorão, que é o livro sagrado dos mulçumanos. O pastor Terry Jones anunciou que para marcar o nono aniversário do ataque ao Word Trade Center em 11 de setembro de 2001 iria realizar tal ato, Mas que hoje dia 11 de setembro, data do triste aniversário ele “suspendeu” a ofensiva ao Islamismo.


Tal atitude do pastor causou impacto em todo o mundo e entre a maioria das personalidades e autoridades políticas e religiosas. Essa ação demonstra a falta de tolerância religiosa e respeito a outras culturas e religiões e demonstra que o papel que o pastor desempenha, ao pregar na sua Igreja palavras de amor, fraternidade e paz está um tanto ao avesso quando ele expõe sua “vingança” em nome do povo americano e em memória dos mortos daquele episódio de setembro de 2001. Sentimento que é de competência desses ministros do evangelho tentar erradicar de seus fiéis através da palavra e do seu exemplo, mas que exemplo esse Jones daria para a comunidade cristã? Seria isso uma forma justa de demonstrar respeito aos mortos ou indignação com os Assassinos? Penso que isso o faria semelhante aqueles chamados de terroristas, pois estaria atacando o que os fiéis religiosos e o povo mulçumano tem de mais importante e ao atacar o alcorão, atacaria o sagrado, a palavra literal de Deus. Seria um atentado a toda crença Islã. Seria o mesmo sentimento que o povo americano teve ao ser atacado em um dos seus maiores símbolos que era um dos orgulhos para toda a nação americana. Assim o pastor estaria assinando um atestado de terrorista. Mas seria essa a intenção da Igreja? Pagar numa moeda semelhante? Isso simplesmente revela o estado espiritual que se encontra esse Pastor, cheio de rancor, de sentimento de vingança no coração. Imaginemos o que ele não diz em suas pregações.

Enquanto se fala no diálogo entre as várias tradições religiosas, da interdisciplinaridade, do respeito entre as diversidades culturais, o Pastor Terry tenta insultar os Mulçumanos sem questionar que reações o mundo teria, como por exemplo o incentivo a novas investidas terroristas contra sua pátria, esquecendo-se de Soldados compatriotas que ainda estão instalados no Afeganistão e que colocaria suas vidas em risco. Esse ato de irresponsabilidade poderia ter impactos muito perigosos e que graças a Deus ele “adiou”, estamos esperando que desista e que esse seu exemplo não se espalhe e nem incentive outros candidatos a alguns minutos de fama internacional.

Esse episódio me fez lembrar uma história cantada pelo músico e compositor Potiguar Elino Julião na música “o rabo do jumento” que conta a história de um homem chamado Nascimento que corta o rabo do jumento de Elino ao ver que o jumento comeu um pé de coentro da sua horta, e Elino com cerca de 12 anos de idade questiona assim:

“Veja pessoal, que mau elemento
Não sei se o animal é ele ou o jumento
Nascimento eu não quero pagamento
Eu quero é outro rabo no jumento”

O que terry queria não seria o rabo do Jumento ?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Superioridade de Raças? existe?

      É até certo ponto compreensível a sociedade européia do século 19, achar diferentes alguns povos até então nunca vistos. Entendemos que, da mesma forma, aqueles povos geralmente Africanos e arrebatados de sua sociedade, também teriam o direito, e talvez um direito ainda maior, de se espantar com aquela gente branca, vestidas com roupas esquisitas e capazes das maiores atrocidades e violência. Mas essa população que causava espanto na sociedade Européia não possuía a tecnologia e a organização social capaz de combater as investidas dos homens brancos Europeus sobre sua população e passaram a ser presas fáceis nas mãos desses homens. Cientistas com a finalidade de estudá-los para sair na frente em busca do “elo perdido” entre os homens e os macacos também escreveram suas páginas nessa História de exploração e crueldade. No filme “O Elo Perdido” (2005), os cientistas Frazer e Alexander, após algumas pesquisas físicas de um casal de Africanos chamados de Pigmeus, capturados por Ingleses, afirmam que “são mais evoluídos que os Símios e menos evoluídos do que os Homens”. Dessa forma, elegem somente o Homem Branco e Superior como “Homem”, e colocando aqueles dois ditos Pigmeus como uma raça inferior.

      Será que existe Raça Humana Superior? Essa questão de superioridade racial do Branco sobre o Negro é bastante polêmica. Embora a Ciência já tenha se posicionado há bastante tempo, a noção de superioridade de Raças ainda resiste na sociedade moderna. Essa herança nos remete ao final do Século 19, em que as atrações mais Bizarras eram motivo de sucesso, a Sociedade Européia adorava as novas descobertas, o Exótico e o Bizarro, nesse contexto havia os “Zoológicos Humanos” que atraiam multidões de expectadores para ver a exposição dos “Selvagens” de raças inferiores e outras demais denominações degradantes para essas chamadas espécies. A inferiorização desses exóticos seres dá inicio a classificação das Raças Humanas, escalonado e hierarquizando de forma decrescente na escala da evolução. Quem não lembra do modelo utilizado atualmente quando se fala em evolução? Em que há vários rostos começando por um macaco e seguindo a linha evolutiva vem o homem selvagem, em seguida um Negro com traços Símios até chegar ao Homem Branco, sinalizando a escala maior da evolução. Essa é a herança preconceituosa da Sociedade Européia que acreditava não serem civilizações evoluídas aquelas diferentes da sua.

      O ser humano é o mais evoluído dos animais? Segundo Charles Darwin sim. A partir dessa afirmação científica podemos refletir se os homens podem ser separados por raças. Podemos pensar se somos todos pertencentes a apenas uma raça, a “Raça Humana”. Pensando dessa forma o que nos distinguiria seria a cor e o aspecto físico, descaracterizando a superioridade racial. A Ciência afirma que os homens descendem de um mesmo ancestral, descartando assim a superioridade de raças de modo que pertencemos todos a mesma família. O Advogado americano Philip Johnson, afirma, que só um designer inteligente – isto é, Deus – pode explicar as criaturas incríveis da natureza. Desta forma apreciamos aqui tanto a opinião da ciência quanto a opinião de um Religioso mostrando que não somos separados por raças, a ciência fala do evolucionismo, que somos herdeiros de um mesmo ser. E os religiosos crêem que somos criação de Deus, ou seja, as duas formas mais seguras de opinião das sociedades convergem para uma única crença. E no contexto atual dentro de nosso território essa barreiras entre as chamadas Raças estão sendo amenizadas através de ações de conscientizações e inclusões promovidas pelo Estado, como por exemplo, o sistema de cotas para ingresso a universidades, que visa fazer um resgate histórico dos males que os brancos causaram aos negros no Brasil, que foram impedidos de crescerem e melhorarem suas condições educacionais e profissionais durante muitos anos no nosso país.

      Concluo que avançamos pouco neste quesito, porém, a sociedade está mais preparada para se conscientizar de que não há diferentes raças, nem o branco é mais inteligente do que o Negro e um passo largo foi dado para diminuir essas diferenças, que é o acesso ao conhecimento e conseqüentemente ao mercado de trabalho. E por outro lado, a Ciência e a Religião também fazem a sua parte, divulgando e pregando a igualdade dos povos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Creio, logo arrependo-me.

Segue uma poesia, simples, mas com uma mensagem muito bela. Em poucas palavras fala de arrependimentos, crença e perdão.


Aquela vida atormentada de outrora
Onde o peito infla e o corpo chora
Lamenta os erros em nada nobre
A culpa antes bons atos cobre

Cobre de amor o mundo errando
Sua misericordia infinita por nós derramando
O povo insano o amor não ver
Jesus continua no mundo crer

Equivocos tantos por aí se espalha
Mas a palavra a conhecer o mal se cala
Espalhando no mundo o perdão e o amor
Todo povo em Jesus terá Louvor

Não espera o amanhã chegar
O perdão não pode tanto esperar
A hora é chegada queridos irmãos
Deus, Jesus e Bezerra de menezes nos abençoarão

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fofoca Virtual?

O Brasil está passando por um momento muito delicado durante todo esse processo de sucessão eleitoral. Delicado não por levar perigo à população por estarmos diante de pessoas perigosas e violentas, não me refiro a isso, e sim delicado por causa dos próprios eleitores, pelo povo. Entendo que durante esse período os nervos de alguns estão a flor da pele, e que fazem de tudo para vencer uma discussão ou para convencer outro a mudar de voto e muitas vezes para ganhar algum beneficio que seja um troco ou mesmo um “favorzão”.

As pessoas nessas épocas adoram divulgar o que os candidatos fazem, seja de bom ou ruim, seja verdade ou mentira e o que elas realmente procuram é fortalecer seu candidato e enfraquecer o adversário, e para isso utilizam de ferramentas de todo tipo, desde que dê resultado. A principal dessas ferramentas que hoje tem um impacto muito grande e rapidamente se espalha pelo país e pelo mundo é o e-mail. Esse sim é o maior perigo para as pessoas, pois geralmente a maioria da população recebe essas mensagens e não se importam de saber se o que acabaram de ler é verdade ou se não é, e repassam para uma lista e assim se espalha tomando um alcance inimaginável. E é aí onde tudo o que aprendemos sobre ética, responsabilidade, moral e respeito vai por água abaixo.

Recebo diariamente e-mails de caráter maldoso, com o intuito de denegrir imagens de pessoas, atacando-as com os piores adjetivos e responsabilizando-os por atos dos mais grotescos. Não cabe a mim ou qualquer um de nós julgarmos se isso é real ou não, se é bom ou mal. Existe uma justiça para investigar e condenar, também existe pessoas que agem de má fé no sentido de alcançarem seus objetivos ou fazer alguém que deve ser cúmplice a alcançá-los. Mas jamais essas mensagens partiriam de alguém com o coração bom, com sentimentos de amor, paz, generosidade ou algum dos sentimentos mais nobres. Coisas boas nos deixam com sentimentos bons e não nos causa revolta, raiva e indignação. Ainda mais quando não temos a mínima idéia de quem partiu as acusações. Coisas ditas sem checagem e comprovação podem se mistificar e nos tornar cúmplices de injustiças e nos tornar responsáveis pela mentira espalhada. Será que cabe a nós denegrir a imagem de outros? Cabe a nós dizer se isso ou aquilo é verdade? E nos alimentarmos de sentimentos tão ruins? Então pensemos se essa massificação de e-mails degradantes tem alguma diferença com as fofocas ou o falar mal das pessoas? É diferente das fofocas no ambiente de trabalho, no nosso bairro ou escola? Ou até mesmo na nossa família? Será que gostaríamos que fossem espalhados e-mails falando de sérias acusações sobre nossos filhos ou dos nossos pais?

O que me deixa mais triste é ver que muita das mensagens que recebo parte de pessoas que pregam amor, paz, justiça, caridade e boa conduta moral. Onde está tudo isso nessa hora? Vamos nos conscientizar e vamos ser vigilantes com nossas atitudes, pois tudo isso é percebido por quem usa a razão. Procuremos ser justos e não fazer juízo de valores e deixemos que a justiça cuide de fazer essas analises e façamos a nossa parte. Chequemos as informações recebidas para não espalharmos no mundo a injustiça, e pra quem se diz religioso, ético ou moralista, essa atitude mostra que isso não faz parte da sua vida.